Irã ataca Israel, deixa mortos e feridos e promete 'duros golpes' após escalada no conflito
- Fau Barbosa
- 14 de jun.
- 3 min de leitura

O Irã realizou uma série de ataques contra Israel entre a noite de sexta-feira (13) e a manhã deste sábado (14), deixando dezenas de feridos e, até o momento, pelo menos dois mortos. A ofensiva ocorre como resposta direta aos bombardeios israelenses que atingiram instalações nucleares e militares iranianas.
Explosões foram ouvidas em Teerã, e a mídia estatal iraniana confirmou a morte do chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e de Fereydoon Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, nos ataques realizados por Israel.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Israel “iniciou uma guerra” e prometeu que o Irã “infligirá duros golpes” em retaliação.
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), o Irã disparou cerca de 100 mísseis, sendo que a maior parte foi interceptada ou não atingiu os alvos. Ainda assim, explosões foram registradas em Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades, aumentando o clima de tensão na região.
O governo israelense declarou emergência em todo seu território e afirmou que se prepara para uma nova onda de retaliações.
Entenda o conflito
O conflito ocorre em meio a uma grave crise diplomática envolvendo o programa nuclear iraniano. Horas antes dos ataques, na quinta-feira (12), o conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou uma moção que declara que o Irã violou, pela primeira vez em 20 anos, suas obrigações de não proliferação nuclear.
A decisão foi tomada com o apoio de 19 dos 35 países membros do conselho da AIEA, em uma proposta apresentada pelos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. A moção cita as “muitas falhas” do Irã em fornecer respostas completas sobre materiais e atividades nucleares não declaradas, o que “constitui descumprimento” das regras internacionais.
O documento também expressa forte preocupação com o crescente estoque de urânio enriquecido no país — suficiente para ser usado tanto na geração de energia quanto, potencialmente, na fabricação de armas nucleares.
O Irã classificou a resolução como “política” e respondeu com a promessa de abrir uma nova instalação de enriquecimento de urânio. O governo iraniano insiste que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos e diz que jamais pretende desenvolver armas nucleares.
O temor internacional é que, além da escalada militar, o impasse nuclear leve o Oriente Médio a uma crise de grandes proporções, com risco de envolvimento de potências como Estados Unidos, Reino Unido e França, que já foram alertadas pelo Irã a não interferirem.
Confira a linha do tempo do conflito Irã x Israel – Junho de 2025
Quinta-feira, 12 de junho
Israel realiza ataque aéreo ao Irã, mirando infraestruturas nucleares.
Explosões em Teerã matam o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o ex-chefe da Organização de Energia Atômica, Fereydoon Abbasi.
Israel decreta estado de emergência, antecipando represálias.
AIEA aprova moção histórica, afirmando que o Irã violou suas obrigações de não proliferação nuclear pela primeira vez em 20 anos.
Sexta-feira, 13 de junho
Irã dispara cerca de 100 mísseis contra Israel. A maioria foi interceptada, mas algumas explosões foram registradas em Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades.
Mortos e feridos são confirmados em território israelense.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declara que “Israel iniciou a guerra” e promete “duros golpes”.
Irã ameaça atacar bases dos EUA, Reino Unido e França caso tentem impedir seus ataques contra Israel.
Sábado, 14 de junho (manhã)
Troca de ataques continua em menor escala, mas com alertas de novos bombardeios.
Tensão global aumenta, com temor de que o conflito se transforme em guerra regional ou até mundial.
Nações Unidas, União Europeia e governos de diversos países pedem cessar-fogo imediato e abertura de negociações.
Situação Atual:
Clima de guerra no Oriente Médio.
Risco de escalada nuclear e envolvimento de potências ocidentais.
Irã promete avançar com seu programa nuclear, desafiando sanções internacionais.
Com informações da BBC News
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