Área de mata atlântica representa um terço do município de Cotia.
Fau Barbosa
Um abaixo assinado vem sendo divulgado nos últimos dias, em grupos de redes sociais. O tema do documento, é a criação do Parque Estadual do Morro Grande, um dos últimos remanescentes da floresta que abriga os reservatórios de água (uma das melhores da Grande São Paulo), que abastecem o Sistema Alto-Cotia.
A petição será enviada ao Ministério Público do Estado de São Paulo e visa garantir a sua proteção.
A Reserva Florestal do Morro Grande, instituída pela Lei 1949, de 4 de abril de 1979, compreendendo as matas ciliares, para destinação de preservação de fauna e flora e proteção aos mananciais. Ela inclui as represas de Cachoeira das Graças e Pedro Beicht, situadas nas bacias inferior e superior do Rio Cotia.
Atualmente uma das ameaças, além de caça esportiva comprovada pela existência de inúmeros jiraus pelas diversas trilhas, é a extração ilegal de palmito e Xaxim, fazendo com que a avifauna como, araçaripoca, sabiá -pimenta, pavó e jacutinga, estejam praticamente extintos do local, que tem sua grandeza justificada pelo fato de ser uma das últimas matas originais do Planalto paulista, além de preservar as águas do Alto Cotia.
A Reserva possui 10.000 hectares de floresta ombrófila densa Montana, com a araucária como sua mais alta árvore.
Em 1981, ela foi tombada pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de SP).
Desde 2017, a Reserva também faz parte da Área de Proteção e Recuperação de Mananciais do Alto Cotia. Tudo isso lhe conferiria "status de proteção", mas...
Garantias para a Reserva
Mas... como a Reserva não é formalmente reconhecida como uma unidade de conservação, ela não possui instrumentos efetivos de gestão, monitoramento e fiscalização do território. Se ela se tornar uma unidade de conservação (um Parque Estadual) será possível a implementação de instrumento de gestão como Plano de Manejo e Conselho.
Atualmente a Reserva do Morro Grande é gerida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).
Segundo Thiago Lopes Ferraz Donnini (advogado, pós-graduando em Direito Constitucional da PUC/SP) e Rafael Eichemberger Ummus, (biólogo, consultor e pesquisador), defensores históricos da Reserva e autores do Abaixo Assinado,
“o maciço de vegetação e a riqueza da fauna e flora, extremamente significativos na Região Metropolitana de São Paulo, não são objeto de medidas específicas de gestão, o que torna a Reserva extremamente vulnerável à caça, coleta de produtos florestais, invasões, gestão inadequada de resíduos, turismo predatório e outras perturbações decorrentes”.
É importante fazer parte da campanha popular pela criação do Parque Estadual do Morro Grande.
Acesse o abaixo assinado clicando AQUI.
Com informações do Site da Granja
Imagem: Ana Alcantara
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