top of page
Foto do escritorDa Redação

Duas pessoas são presas por vender IPTV Pirata, durante Operação "Not Found", do MP de Carapicuíba


Juntos, os presos mantinham serviço ilegal para cerca de 25 mil usuários e faturavam até 150 mil reais mensais


Fau Barbosa

A Promotoria de Justiça de Carapicuíba, com apoio do 3º Batalhão de Choque da Polícia Militar e da Polícia Civil (1º DP de Carapicuíba), cumpriu nos últimos dois dias, quatro mandados de busca e apreensão, relativos à investigação de uma organização criminosa que comercializava sinal clandestino de TV à cabo.


Na terça-feira, 2, foram feitas buscas em três endereços em Osasco, Barueri e Vila Leopoldina. Nos dois últimos endereços, duas pessoas foram presas e foi possível identificar uma estrutura de fornecimento de acesso a listas de IPTV pirata para mais de 25 mil usuários.


Como em Osasco não havia nada pois haviam mudado de endereço, nesta quarta-feira, 3, a busca foi feita em Tamboré, onde foram apreendidos computadores e documentos.


As prisões

Duas pessoas foram presas em flagrante por volta das 6h da manhã desta terça-feira, 2, em Alphaville Empresarial e Vila Leopoldina.


Com elas foram apreendidos U$700.00 (setecentos dólares americanos); R$600,00 (seiscentos reais); dois hard disk externos; um notebook; um pendrive; seis cadernos contendo anotações diversas; quatro celulares; e documentos diversos relacionados à propriedade, transmissão, consumo e outros referentes a imóveis.

Cadernos e celulares foram apreendidos pela polícia


No interrogatório, os indiciados narraram de forma detalhada como funciona a organização criminosa, constituída com a finalidade de promover a venda de conteúdo de TV à Cabo Pirata.


Em depoimento, um dos indivíduos presos contou que o acesso é vendido por meio de uma URL, que é o acesso ao provedor, e em seguida tem um log in e senha que dão acesso à lista de canais, por um período de tempo determinado. No caso de instabilidade do serviço, as pessoas que tem a assinatura são avisadas via mensagem. Indagado como são feitas as vendas, o indivíduo disse que "é mais no boca a boca mesmo" e que atualmente possui uma media de 300 clientes ativos.


A investigação

A investigação, começou em agosto de 2022, e continua para identificar os outros integrantes do grupo, incluindo operadores da central de distribuição de sinal e donos de contas bancárias que recebem os valores.

"A pirataria de TV por assinatura prejudica a sociedade e atrasa a tecnologia no país, lesando fornecedores, empresas de conteúdo, operadoras e o próprio Estado pela supressão de impostos", disse a promotora do caso, Dra. Sandra Reimberg, à reportagem do Portal Viva. "É um serviço não estável e inseguro. Os dados de quem assina estas listas não são guardados de forma segura e podem ser compartilhados. Além disto, os próprios aplicativos utilizados para a exibição das listas, podem ser a porta de entrada para vírus e outros acessos não permitidos nos equipamentos", destacou a promotora.

Número de pagantes ativos por acesso pirata (22.894)


"Embora o valor cobrado por cada acesso à lista de IPTV Pirata não seja alto, as associações criminosas conseguem exorbitantes lucros, diante da altíssima adesão alcançada. Importante destacar que parte deste dinheiro é lavado e ocultado, dando aparência de lícito, por meio de compra de imóveis, por exemplo. No entanto, a ganância de alguns líderes de grupos criminosos ainda os levam a reinvestir em outros crimes, como o tráfico de drogas. A realidade de outros locais, como o Rio de Janeiro, tem sido aos poucos, vista também no Estado de São Paulo, onde a pirataria e o crime organizado andam lado a lado", ressaltou.

Dinheiro movimentado no esquema


Segundo o Gerente de Segurança Cibernética da Associação Brasileira de TV por Assinatura - ABTA, as pessoas que disponibilizam os sinais “piratas” de TV e conteúdos de aplicativos, como Netflix, Amazon Prime e outros, capturam o sinal disponibilizado para um determinado usuário e transformam em um sinal de IPTV (Internet Protocol TV), e usa um servidor para armazenamento dos dados e depois disponibiliza através da Internet. "A disponibilização do sinal é feita por um aplicativo de IPTV que o usuário baixa na internet e depois insere uma URL, que nada mais é do que o endereço na internet onde está hospedado o conteúdo. Depois insere um login e senha fornecido pela pessoa que está comercializando aquele conteúdo, subtraído de forma ilícita de operadoras legalizadas."


A ABTA estima que, em dez anos e sem um combate eficiente, a fraude de sinal no setor pode extinguir 150 mil postos de trabalho legais e qualificados, sonegar mais de R$ 500 milhões ao Tesouro, evadir R$ 10 bilhões em investimentos e atrasar programas de Inclusão Digital na sociedade.


O caso foi registrado no 1º DP de Carapicuíba, em boletim de ocorrência de natureza "Violação de direito autoral' (art. 184) e "L 12.850/13 - Definição de Organização Criminosa" - Art 2º - Promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa.


Denuncie a prática ilegal diretamente para a ABTA: https://www.abta.org.br/contato.asp

289 visualizações

Comments


bottom of page