A PrEP consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais (ARV) para pessoas soronegativas antes de uma exposição de risco ao HIV
Único município da região a oferecer a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) por meio do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Embu das Artes já atendeu a 52 pessoas. Nesse mês de dezembro, no qual é celebrado o Dia Mundial da Conscientização e Luta Contra Epidemia de HIV/Aids, um boletim epidemiológico da cidade de São Paulo mostrou redução inédita de 25% na incidência da infecção desde 2017. Uma vitória importante já que desde 1980, auge da epidemia de HIV no mundo, o número de novos casos só vinha aumentando.
A PrEP consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais (ARV) para pessoas soronegativas antes de uma exposição de risco ao HIV, principalmente aquelas que vivem em situação de maior vulnerabilidade, como gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, homens e mulheres trans, travestis e casais sorodiferentes (quando um tem HIV e o outro não). Ela faz parte de uma nova abordagem para a resposta do HIV. É uma espécie de cardápio de tecnologias de prevenção ao HIV/Aids, que inclui o tradicional preservativo, mas também a testagem, tratamento, imunização, diagnóstico, redução de danos, prevenção à transmissão vertical e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que dão à pessoa, a partir da orientação de um profissional de saúde, a possibilidade de combinar várias formas de prevenção que melhor se adequem às necessidades e ao momento de vida.
Segundo o Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral. Em 2018 eram 593.594 pessoas em tratamento.
O serviço na cidade
O SAE funciona no sistema “porta aberta” e conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos infectologistas, enfermeiro, assistente social e psicólogo. Além de HIV/Aids, trata também todo tipo de infecção sexualmente transmissível, como hepatite e sífilis, cujo testes podem ser feitos em todas as unidades de saúde, em qualquer época do ano, sem a necessidade de marcação de consulta. Quem teve relação sexual de risco pode visitar o espaço para receber orientação.
A direção do SAE está a cargo de Geanne Greggio, de 44 anos, que já é coordenadora do programa IST Aids e Hepatites virais de Embu das Artes há 13 anos e servidora há mais de 20. Segundo ela, o foco principal do serviço está no acolhimento dos pacientes, desde o primeiro atendimento até o último exame. “Não queremos perder ninguém para a doença, existe tratamento e o município dispõe de todos os medicamentos necessários” – afirma Geanne, que é formada em Pedagogia, Letras e Biologia e pós-graduada em Educação Permanente. Geanne foi a primeira professora transexual da rede municipal de ensino e também do Estado de São Paulo.
Serviço de Atendimento Especializado (SAE)
Avenida São Paulo, 144
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h
Telefone: (11) 4781-6953
Comentarios