Família foi feita refém e viveu momentos de terror, sendo constantemente ameaçada de morte.
Fau Barbosa
Por volta das 22h20 desta terça-feira, 1/11, Policiais Militares faziam patrulhamento ostensivo pelas ruas do miolo da Granja Viana, quando foram abordados por uma mulher na Rua José Félix de Oliveira. Ela estava pedindo socorro, dizendo que sua casa estava sendo roubada.
A equipe foi em direção à residência da vítima, e ao entrar na rua, se deparou com um indivíduo a pé, que imediatamente foi apontado pela vítima como sendo o ladrão.
Neste momento, o indivíduo tentou correr, porém foi detido pela equipe alguns metros a frente. Ele foi identificado e em revista pessoal com ele foram encontrados um relógio, quatro isqueiros, um anel e cinco pulseiras, todos de propriedade da vítima, além de um alicate que ele disse ser seu. Indagado sobre os objetos, ele admitiu informalmente que acabara de roubar uma residência naquela rua.
A vítima contou aos policiais que o bandido, ao sair da residência, a levou como refém em seu próprio veículo, onde estavam diversos objetos roubados da casa. Durante a fuga, o bandido bateu o veículo em um poste, oportunidade em que a vítima conseguiu sair do veículo e pedir socorro a uma caminhonete prata que passava pelo local.
O veículo da vítima foi localizado na esquina da Rua José Félix de Oliveira, com todos os objetos roubados em seu interior.
Reféns libertados
Foi solicitado apoio de outras viaturas, que foram até a residência da vítima e onde os policiais encontraram o marido e a mãe no quarto. Eles contaram que foram muito agredidos pelo ladrão, e que a senhora apresentava um ferimento na cabeça após receber uma coronhada.
Roubo, agressões e ameaças
O casal, de 43 e 34 anos, contou à Polícia que estava no quarto, no pavimento superior da casa, com seus dois filhos que dormiam (um menino de três anos e um bebê de sete meses), quando escutaram um barulho vindo do lado de fora. O marido se levantou para ver o que era e assim que abriu a porta para a parte externa, viu um homem encapuzado, que anunciou o assalto, avisando que se ele tentasse qualquer coisa atiraria nele ou o esfaquearia. Temendo por sua vida e pela de sua família, ele obedeceu e permitiu a entrada do bandido, que imediatamente rendeu sua esposa, mandando que ela ficasse deitada na cama enquanto pegava cadarços de tênis e alças de uma bolsa para amarrar o marido, que foi obrigado a ficar deitado no chão.
O ladrão, muito violento, continuou as ameaças, dizendo que se eles fizessem algo mataria a todos. Ele perguntou à esposa sobre quantas pessoas estavam na casa, e soube que além deles, apenas a mãe do marido estava no andar inferior.
O indivíduo exigiu então que entregassem joias e dinheiro e ao ser informado que eles não tinham nada disso em casa teria se revoltado e começado a ameaçar e agredir o marido com diversos objetos, além de socos e chutes. O bandido usou um alicate que tinha em seu bolso para apertar a orelha da vítima. A esposa foi ameaçada de estupro caso não entregasse o que queria. Tentando evitar ser molestada pelo bandido ela disse que estava grávida.
Em seguida o ladrão obrigou a esposa, puxando-a pelo braço e pelos cabelos, a acompanhá-lo até o andar inferior onde rendeu sua sogra, de 72 anos, e começou a agredi-la com extrema agressividade dando fortes socos em seu rosto, chutes e puxões de cabelo, exigindo que lhe entregassem dinheiro e joias, e afirmando que estava com capangas do lado de fora e que qualquer tentativa de reação, todos, inclusive as crianças, seriam mortos.
O marido permaneceu amordaçado e ouviu muitos barulhos vindos do outro andar. O bandido, de posse de uma faca que achou na cozinha, retornou acompanhado da esposa e de sua mãe, que estava imobilizada e visivelmente machucada, com ferimentos e sangramento. O ladrão retomou as agressões ao marido e a sua mãe desferindo socos e chutes enquanto exigia que lhe entregassem itens de valor, afirmando que se não conseguisse o que queria mataria a todos.
O indivíduo vasculhou a casa por completo separando algumas bolsas, aparelhos de TV entre outros objetos, obrigando a esposa a colocá-los no carro estacionado próximo ao portão. Enquanto levava os objetos ela foi ameaçada de estupro por diversas vezes. O bandido disse que depois que vendesse os objetos roubados, abandonaria o veículo.
Após carregar o carro, o indivíduo exigiu que a esposa pegasse a filha do casal, um bebê de apenas sete meses e descesse, afirmando que ela o acompanharia e se fossem parados ela teria que dizer que eram marido e mulher. O marido permaneceu amordaçado junto com sua mãe e antes de fugir o ladrão o agrediu novamente, dizendo que se eles se mexessem, morreriam. Antes de sair o ladrão ainda abriu a geladeira e comeu.
A fuga
Ao entrarem no veículo, a esposa percebeu que o ladrão não sabia dirigir e da forma como estava estacionado somente sairiam em marcha ré, que ele não conseguia engatar. Ele acabou engatando a primeira marcha e bateu na frente da casa, em seguida conseguiu engatar a marcha ré, mas acelerou o veículo e saiu de forma tão abrupta, que acabou se chocando com o muro da casa vizinha. Após a colisão o ladrão conseguiu sair com o veículo do local, porém como não sabia dirigir, deixou o veículo morrer diversas vezes até perder o controle da direção e bater em um poste. Ele ordenou que a vítima, mesmo com sua filha no colo, assumisse a direção enquanto tentava empurrar o carro. Um motorista teria notado algo de estranho e perguntou o que ocorria. O bandido disfarçou, dizendo que estava tudo bem, enquanto a vítima sinalizava, tentando mostrar que estava sequestrada.
Em um momento de distração do ladrão, ela saiu correndo com sua filha e foi em direção ao motorista pedindo socorro. Ao perceber a fuga da vítima o ladrão saiu correndo do local em direção à rua do roubo. O motorista deixou a vítima entrar e passaram a procurar por policiais na rua, até que se depararam com duas motocicletas da Rocam em alta velocidade, cujos policiais já haviam sido avisados do roubo.
O marido havia conseguido se livrar dos cadarços que o prendiam e soltar sua mãe. Antes mesmo que descesse para chamar ajuda, a residência foi cercada por policiais que teriam sido acionados por vizinhos que notaram os barulhos incomuns.
As vítimas foram atendidas pela Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros e posteriormente encaminhadas à delegacia.
A Prisão
O indivíduo, de 32 anos, recebeu voz de prisão e foi encaminhado ao DP de Cotia, onde contou à Polícia que atualmente mora na rua e estava passando pelo local quando viu uma residência e decidiu praticar o roubo, pulando o muro do imóvel. Ele afirmou que não iria fazer qualquer mal à mulher e sua intenção era apenas assegurar a sua fuga, já que planejava ir até Carapicuíba e abandonar a mulher com o veículo no local. Segundo a Polícia, ele não apresentava qualquer sinal de remorso pelo crime cometido.
Tendo em vista a gravidade dos fatos, com diversas agressões às vítimas e restrição da sua liberdade, a Autoridade Policial representou pela conversão da Prisão em Flagrante em Prisão Preventiva, a qual foi concedida pelo juiz, ficando o indivíduo preso.
O caso foi registrado no DP de Cotia, em boletim de ocorrência de natureza "Roubo (art. 157) à residência § 2º, V - o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade § 2º, VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca.
Atendeu a ocorrência as viaturas de Rocam M-33384 e M-33382, Cb Santos e Sd Felipe, com apoio da viatura Tático Comando, CFP M- 33005, CGP III Intermediário M-33304, do
CGP III M-33333, M-33314, M-33305, M-33303, viaturas de Tático, viaturas da 1ª Cia e UR-18213 do Corpo de Bombeiros, Sgto. Ageu e equipe.
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