Bebê, do sexo masculino, morreu por asfixia.
Fau Barbosa
Neste sábado, 8, um casal foi preso em Itapevi, suspeito de matar o próprio filho, um bebê de apenas três meses.
Policiais Militares foram acionados para comparecer ao PS de Itapevi para atender ocorrência de óbito da criança, com sinais de possíveis maus tratos.
No local, os pais do bebê sustentaram a versão de que a criança pudesse ter se afogado com leite, após regurgitar, alegando que viram escorrer leite da boca e do nariz da criança, quando a mãe a pegou no colo, em casa, por volta das 6h da manhã, logo que percebeu que ela não estava respirando.
O caso foi registrado no DP de Itapevi, em boletim de ocorrência com natureza inicial de “morte suspeita”. Imediatamente, a Autoridade Policial requisitou exame necroscópico e toxicológico para a criança, assim como foi acionada a perícia na residência da vítima e seus genitores.
Laudo desmente a versão dos pais
O laudo de exame necroscópico indicou que não houve sufocamento por leite, mas sufocamento indireto das vias respiratórias, "por obstrução extra-corpórea", ou seja, um sufocamento mecânico possivelmente criminoso. O laudo indicou ainda “ausência de conteúdo na traqueia, esôfago e estômago”, o que afastou a alegação de afogamento com leite, já que não foi encontrado nenhum líquido nas vias aéreas e no sistema digestivo da criança. O laudo foi concluído e apresentado por volta das 20h.
Diante disso e, considerando que não havia qualquer outra pessoa no local no momento da morte da criança, às 20h10min, o delegado Adair Marques Correa Junior representou pela Prisão Temporária dos pais da criança, pelo prazo de 30 dias. Algumas equipes da Polícia Civil da Seccional de Carapicuíba foram acionadas para realizar o monitoramento do pai e da mãe da criança, ambos de 24 anos.
Às 21h19, uma decisão judicial em regime de plantão, acolheu a representação policial e decretou a Prisão Temporária dos pais da criança e imediatamente os policiais civis realizaram a captura do casal e os conduziram para o DP de Itapevi, onde foram interrogados, sendo apreendidos os aparelhos celulares do casal.
A verdade
A mãe afirmou que a gravidez foi indesejada, que não amava o filho (vítima) e que já estava cansada daquela vida, porque a criança a restringia muito, além de trazer muito incômodo. Relatou que a criança chorava muito e que, por isso, durante a madrugada, enrolou a criança em um cobertor, colocou a chupeta na boca do bebê e o colocou deitado de bruços no carrinho onde ele dormia, ou seja, com a cabeça e o corpo virados para baixo. Ela disse à Policia que a criança parou de chorar e, por isso, ela foi dormir, acordando somente por volta das 06h da manhã, quando seu marido acordou e a chamou, após perceber que o bebê não estava respirando.
O pai, por sua vez, confirmou que a mãe não queria e não aceitava o filho e que tinha preferência pelo filho mais velho. Também relatou que ela reclamava muito do bebê, dizendo que ele era um peso para ela. O pai também confirmou que mentiu na declaração inicial, omitindo que a criança estava deitada de bruços no berço e que não se recorda da cor do líquido que viu ser expelido da boca e do nariz da criança. Falou ter mentido porque ficou com medo, porque já responde a um processo criminal.
O delegado Adair Marques Correa Junior falou sobre o caso à reportagem do Portal Viva. "No primeiro contato, foi perceptível que a mãe não demonstrava a emoção que era esperada em razão da morte do filho. Isso chamou a atenção. Todavia, esperamos a conclusão do laudo, que poucas horas depois, demonstrou, de modo técnico, que os pais estavam mentindo. A morte do bebê teve causa criminosa."
Segundo o delegado, outras diligências serão realizadas, a fim de esclarecer completamente os fatos e suas circunstâncias.
Comments