Concentração acontece às 9h, no km 18 da rodovia, em frente ao supermercado Barbosa.
A Rodovia Raposo Tavares receberá neste domingo, 9, no km 18, a manifestação "Ocupa Raposo", em protesto contra o projeto Nova Raposo divulgado recentemente pelo Governo de SP.
Segundo os organizadores, a manifestação pacífica contará com caminhada em um trecho da rodovia, mas sem impedir o fluxo de veículos. O Movimento se dividiu em pelo menos cinco subgrupos regionais para mobilizar a população.
Movimento "Nova Raposo, Não"
Criado há menos de dois meses, o movimento "Nova Raposo, não!" já conta com adesão de 105 entidades (associações de moradores, coletivos ambientalistas e diversas organizações) do trecho que pode ser impactado com o projeto Nova Raposo, do governo do Estado.
A principal reivindicação é a suspensão do projeto, uma vez que foram realizadas apenas duas audiências públicas no período de um mês, sendo uma no DER, com menos de dez pessoas, e outra no município de Vargem Grande, também com poucas pessoas.
O documento está disponível no site da Artesp, e prevê a ampliação de pistas e a inclusão de marginais. Com isso, poderão ser desapropriar mais de 1.500 imóveis, com a derrubada de milhares de árvores e supressão de áreas verdes. O projeto prevê ainda seis pedágios, só no trecho Cotia-Butantã.
Segundo cálculos feitos pelo grupo técnico do movimento, formado por engenheiros, arquitetos, biólogos, urbanistas, especialistas em mobilidade e advogados, o impacto estimado é de 1 milhão de m² de áreas desapropriadas.
Movimentação
Até o momento, o movimento já coletou 16 mil assinaturas, conquistou 3 mil seguidores no Instagram @novaraposonao, e realizou quatro plenárias, duas delas presenciais com mais de 100 lideranças.
Também foram realizadas duas audiências públicas, uma na ALESP, convocada pela deputada Mônica Seixas (PSOL) e outra pela Câmara Municipal de Cotia. De acordo com os organizadores, apesar dos convites feitos aos representantes do Governo do estado, via Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) e Secretaria de Parcerias Investimentos, responsável pelo projeto de concessão, ninguém compareceu.
Segundo as lideranças do movimento, o Projeto “Nova Raposo” contraria princípios do Governo Federal para o desenvolvimento das cidades, além de compromissos da agenda sustentável da ONU e, também, diversos pontos do Plano Diretor que está vigente na cidade de São Paulo. Segundo o Parágrafo único do art. 2º da Lei 18.081/2024, de revisão do Plano Diretor, a Política de Desenvolvimento Urbano passa a ser orientada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS da Agenda 2030. O Projeto ‘Nova Raposo’ fere ao menos quatro ODS (n.º 3, 11, 13 e 15) quando desmata e desaloja pessoas, aumenta emissões de gases do efeito estufa, impermeabiliza e aumenta as ilhas de calor e enchentes.
Já no plano federal, o projeto contraria a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU) do Governo. Urbanistas que integram o Grupo Técnico do movimento, que também inclui advogadas, geógrafas e biólogas, alertam que o projeto vai na contramão da “mobilidade sustentável” e que são múltiplas as ilegalidades verificadas. O projeto induz o aumento da frota de veículos automotores de uso individual, sem nenhuma proposta de transporte público de massa.
Um abaixo-assinado pedindo transparência e participação popular no projeto já conta com mais de 16 mil assinaturas e está disponível no link https://chng.it/drjvHQX4Rh.
"Já comprovamos com técnicos e especialistas que essa não é a solução para a Raposo! Queremos que seja paralisado o projeto, para diálogo com a população. Não queremos desmatamento, desapropriações e nem pedágios! Vivemos uma crise climática! São Paulo não pode ser a próxima tragédia! Por soluções sustentáveis, engenharia verde e inteligência!”, destaca o movimento.
Ocupa Raposo
Quando: Domingo, dia 9/6 às 9h
Onde: Rodovia Raposo Tavares km 18, em frente ao supermercado Barbosa (sentido interior)
Saiba mais:
"Nova Raposo, Não!" Moradores e entidades pedem que projeto seja suspenso
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