Fomos conhecer o treinamento e o trabalho dos cães que auxiliam a Polícia Militar nas operações.
Por Fau Barbosa
Nesta quinta-feira, 7 de abril, comemoramos o Dia do Jornalista. E para comemorar a data, a reportagem do Portal Viva esteve nas dependências do 5º Baep - Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar, em Barueri. O objetivo da visita foi fazer uma matéria sobre o Canil do Baep e mostrar como os cães ajudam no trabalho da Polícia Militar.
Lá chegando, fomos recebidos pelo Capitão PM Rodrigo, que nos mostrou as instalações do canil e falou sobre a atividade dos cães.
O canil conta com espaço para treinos; sala de rações; sala de armários com os apetrechos de cada cão (coleiras, peitorais, etc); e sala de veterinário (com um auxiliar de veterinário ligado ao veterinário central em São Paulo.
Escolha dos filhotes
A escolha dos filhotes é feita com base na aptidão física, animais que não tenham doenças, etc. "Aqueles que são mais ativos e mais interessados, que demonstram interesse com a bolinha, que querem brincar e promover uma troca. O binômio policial-cão é essencial nesse trabalho", disse o Capitão.
O treinamento
O início dos treinos já começa com os filhotes, com adaptação e ambientação (até seis meses), e obediência com os comandos de "senta, deita, fica".
Pode-se também iniciar o treinamento de faro da própria ração, instigando o cão a localizar a sua comida.
Nesse período, também é ensinado a não atacar gatos, crianças, etc., e como andar de carro. Segundo o Capitão, "a melhor fase para isso é até os seis meses de idade".
A partir dos seis meses de idade
Os animais contam com treinamento diário, ou pelo menos um dia sim, um dia não. A partir dos seis meses, é iniciado o treino de faro.
Por volta de um ano de idade, o policial que acompanha o animal já começa a entregar o cão pronto para o trabalho. Ele estará 100% com dois anos de idade, considerada a fase adulta, onde ele passa a seguir a rotina do Policial.
Há cães que mostram habilidades antes do tempo. "O Ozzy com um ano já achava drogas".
Os cães do 5º BAEP
Hoje, o 5º Baep conta com nove cães, das raças Pastor Belga Marinois, Pastor Alemão, Pastor Holandês e Roitweiller.
São eles:
- O cão Ozzy, de dois anos;
- O cão Aruck, de dois anos e meio;
- A cadela Kyra e o cão Colt (irmãos), de dois anos e meio;
- A cadela Ônix, de seis anos;
- A cadela Zoe, de um ano;
- O cão Thor, de oito meses;
- O cão Apolo, de apenas dois meses;
- O cão Astor, de sete anos (que se aposenta o ano que vem).
"Os "tops" do canil são os cães Aruck, conduzido pelo Cb Rafael e o cão Ozzy, conduzido pela Sd Camila. Na sequência, estão os irmãos Kira e Colt, em fase final de treinamento, mas já produzindo bem. Na parte de guarda e proteção, temos a cadela Ônix".
A rotina dos treinos é complexa. "Não basta mostrar a droga em um único local de fácil acesso. É preciso ensinar aos cães que podem haver drogas enterradas, dentro de um carro, em cima de um telhado. Tem que mostrar esse mundo para o cão", enfatizou Rodrigo.
Treino de Faro
O treino é feito em uma sala, com tapumes pretos e canos de PVC. Na parte de trás, a droga é escondida dentro de um sifão. Com o comando "Procura", o cão sai em busca do odor e quando encontra, ele se deita e demonstra felicidade. Aí ele recebe a recompensa.
Veja no vídeo o trabalho do cão Ozzy:
Treino de Defesa
O treino de defesa/proteção é realizado com roupa especial, onde o cão aprende a imobilizar o agressor ou infrator.
A mordida é precisa e o calibre da mordedura é acima de 500kg. "A força de pressão é suficiente para quebrar um osso", diz o instrutor.
No vídeo, a demonstração foi feita com a cadela Ônix:
Aposentadoria/Reserva
Hoje, o tempo regulamentar da Polícia Militar de São Paulo para um cão se aposentar, está em torno dos 8 anos de idade. "Mas a PM está com estudos para mudar isso. Hoje temos um avanço tecnológico, avanço na medicina veterinária, e é preciso uma avaliação melhor. Às vezes a gente perde um cão de oito anos que poderia ainda produzir, enquanto um cão de seis anos já pode não estar mais produzindo", contou.
A aposentadoria acontecendo, o cão vai para a adoção. Mas há uma prioridade na fila. Primeiro ele é ofertado para o policial condutor, caso queira levá-lo para casa, e é a preferência, já que existe um vínculo. Caso o condutor não possa ou não queira, ele é ofertado aos policiais da unidade. Caso não haja interesse, ele é disponibilizado para um civil ou para outras forças policiais. "Mas normalmente o condutor fica com ele ou direciona para alguém onde vai poder manter o contato".
Ocorrências de destaque
Aruck/Colt
Os policiais faziam Operação Policial na favela da Reciclagem, em Carapicuíba, quando ao lado do córrego o cão sentiu o cheiro da droga do outro lado. Ele entrou no córrego, atravessou e sinalizou onde a droga estava. "Essa ocorrência marcou, pela complexidade", disse o Capitão. Assista o vídeo:
Zoe
A cadela Zoe (K9 Pastor Alemão), de apenas 1 ano, teve a sua primeira ocorrência em fevereiro, em Osasco. Ela localizou porções de maconha durante uma incursão na Comunidade Terrão. Zoe mostrou mudança de comportamento e indicou odor específico vindo de um barraco inabitável. Os policiais militares realizaram varreduras de segurança no local e localizaram as drogas.
Fotos e Vídeos: Fau Barbosa / Eli de Ameida / Polícia Militar
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