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Foto do escritorDa Redação

Santana de Parnaíba: Indivíduo faz família refém, atira em morador e é morto pela Guarda Civil


Homem entrou no residencial, em Aldeia da Serra, no carro do morador e teria ido cobrar dívida antiga.


Por Fau Barbosa

Por volta das 15h30 desta segunda-feira, 25, Guardas Civis de Romu foram acionados por um funcionário de um residencial em Aldeia da Serra, em Santana de Parnaíba, informando que teria escutado disparos de arma de fogo dentro de uma das residências.


Ao chegarem ao local, os guardas fizeram contato com os seguranças na portaria do residencial, que confirmaram o relato de disparo de arma. As informações eram de que um indivíduo não identificado teria feito uma família refém e um dos moradores, de 61 anos, teria sido baleado.


Os guardas foram até a residência e após negociações, a vítima baleada foi resgatada e socorrida ao Hospital, e as demais vítimas libertadas. Em seguida, o indivíduo, de 40 anos, teria atentado contra a vida dos guardas e acabou sendo baleado e morto no interior da residência.


A negociação

Após se inteirar dos fatos, as equipes chegaram ao local e cercaram a residência, entrando pelo jardim da frente e efetuando uma “varredura”, mas não conseguiam ver ninguém, até que localizaram uma janela aberta nos fundos da casa e por ela chamaram pelo nome da proprietária. Ela respondeu alguns minutos depois, mas sem ser vista disse que “estava trocando de roupa”. Um dos guardas perguntou a ela se estava tudo bem na residência e ela voltou a responder, “estou me trocando”. Ele pediu então para visualizá-la, mas quando a mulher apareceu, ela estava vestida, o que levantou maior suspeita. O guarda então perguntou se ela estava sozinha na casa, e ela afirmou que estava com a nora e o filho. Ao pedir que ambos aparecessem, a mulher informou que eles estavam no andar de cima. Foi pedido que a proprietária abrisse a porta, e ela respondeu que a fechadura estava quebrada e silenciou-se, desaparecendo novamente da visão dos guardas.


Neste momento os guardas tiveram a certeza, pelo comportamento visivelmente amedrontado da moradora, que algo grave estava acontecendo e, com cautela, entraram na casa por essa janela aberta. Foi quando se depararam com um senhor, sozinho, deitado no chão da sala, ensanguentado e amordaçado. Nesse momento, um indivíduo que estava na casa gritou que estava com três reféns e que queria negociar.


Um dos guardas se identificou como responsável pela equipe e disse que que a prioridade seria socorrer a vítima que estava ferida, e para isso precisava que o indivíduo concordasse que uma equipe entrasse na casa para retirá-lo. Em princípio, o indivíduo não concordou, mas disse que queria conversar, dizendo que já tinha “puxado” oito anos de cadeia, que era reincidente e que o bem-estar das vítimas que estavam com ele dependia dos guardas. Foi pedido que ele se acalmasse e que era preciso socorrer a vítima ferida, e o meliante acabou cedendo.


Neste momento uma equipe do BAEP entrou pela janela com o equipamento necessário – escudo balístico – e retirou o morador baleado, saindo com ele por uma porta lateral.


O Guarda voltou a negociar a soltura das outras vítimas, e pediu que retirasse as duas mulheres e por último o rapaz, porém o indivíduo pediu-lhe garantias. Ele afirmou que estava sozinho, que não havia mais ninguém com ele e que estaria libertando as duas mulheres, o que foi feito. Após longos minutos, foi libertado o rapaz.


Os guardas então passaram a negociar a entrega da arma, pedindo que o indivíduo colocasse a arma no chão, em local que a equipe pudesse visualizá-la, e que saísse do recinto com a camisa levantada e com as mãos para cima. Houve um silêncio demorado, e então a equipe na sala onde o autor estava, onde depararam com o indivíduo de arma em punho e apontada para a equipe. Houve troca de tiros, e o indivíduo acabou sendo alvejado e morto no local, que foi preservado até a chegada da Autoridade Policial.


A motivação do crime

A esposa da vítima contou à Polícia que no ano de 2014, seu esposo, que é engenheiro civil, fez uma obra em um residencial e o indivíduo trabalhou na obra, tendo uma parte dos valores à receber retida, para que não ocorresse o abandono da obra. Porém o proprietário da obra acabou se desentendendo com o engenheiro e não quitou os valores que ainda devia a ele, inviabilizando o pagamento dos funcionários.


Há alguns dias, o engenheiro havia recebido uma mensagem deste indivíduo no celular, perguntando quanto que ainda lhe devia. O homem também teria ligado para ele, afirmando que estava sendo contratado para uma obra e queria mostrar ao engenheiro para ver como poderia realizar esta contratação. Foi marcado um encontro às 10h em uma padaria na Aldeia da Serra. Porém o marido ligou avisando que estava indo para casa na companhia do ex-funcionário pois ele precisava mostrar algumas plantas de imóvel e na padaria era muito apertado, e precisavam abrir as plantas em cima de uma mesa.


Por volta das 11h, o indivíduo entrou no residencial e no imóvel no carro do morador. A esposa estava varrendo o quintal e seu filho estava no quarto quando seu marido chegou. Passados alguns segundos ela ouviu dois disparos de arma de fogo e então ouviu o marido gritar “não entra na casa”. Ela entrou correndo e viu seu esposo sangrando na testa e na perna. Foi quando foi rendida pelo indivíduo. O filho, que estava no quarto, ao ouvir o disparo, também foi para a sala e acabou sendo rendido. Ele ainda conseguiu ligar na portaria e pedir socorro e, ao ser rendido, deixou o telefone celular ligado para que os seguranças conseguissem ouvir o que estava acontecendo na casa, porém o indivíduo percebeu e o obrigou a desligar o telefone.


Crime premeditado

O homem tinha várias cordas de nylon em uma mala, que foram usadas para amarrar os moradores. Ele mostrava a grande quantidade de munição que tinha, afirmando que era para cooperarem e que tinha mais de uma “bala” para cada um e que havia baleado o engenheiro para ele perceber que não estava de brincadeira. O indivíduo apresentou ao engenheiro um caderno no qual constava que este lhe devia o equivalente a R$ 420.000,00 e exigia o dinheiro. Segundo a Polícia, o homem pegou a carteira da vítima e passou a perguntar sobre valores na casa e no banco, dizendo que não tinha pressa e que só iria embora quando fosse ressarcido dos valores que lhe eram devidos.


Em determinado momento a namorada do filho chegou na casa e quando tentou entrar na sala e viu o rapaz rendido, ainda tentou correr de volta, mas foi pega e ameaçada de morte, sendo amarrada com as cordas de nylon. O indivíduo falou várias vezes que iria matar a todos ali. Ele falou com algumas pessoas ao telefone, inclusive com sua esposa, que pediu que ele se entregasse.


O caso foi registrado no DP de Santana de Parnaíba, em boletim de ocorrência de natureza "Seqüestro e cárcere privado (art. 148)"; "Tentativa de Homicídio" e "Homicídio (art. 121) Morte decorrente de oposição à intervenção Policial".


O morador, baleado no fêmur, permanece internado.


Atenderam a ocorrência as viaturas de Romu 001; Romu 003; Romu 004; Romu 005; GTM 09; GTM 10 e Baep E-05322.

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