Projeto, desenvolvido pela {reprograma} e BID Lab, tem como objetivo impactar 2.400 mulheres em situação de vulnerabilidade até dezembro de 2022.
A presença feminina na área de tecnologia da informação aumentou significativamente. Pesquisas apontam que, aos poucos, as mulheres estão conquistando espaço em um setor que é amplamente dominado pelo público masculino.
Para a economista peruana e CEO da {reprograma}, Mariel Reyes Milk, o esforço para aumentar a participação feminina é conjunto: enquanto surgem cada vez mais iniciativas que têm como objetivo empoderar e capacitar mulheres em programação, como a própria startup social paulistana, cresce cada vez mais o número de empresas que investem em projetos educacionais de TI exclusivos para mulheres, e que também têm se movimentado para gerar novas oportunidades para que as elas possam ocupar suas cadeiras no mercado de trabalho.
Em 2020, o número de vagas no setor da tecnologia cresceu mais de 300%, segundo a GeekHunter. “O aumento da procura de profissionais especializados em programação, por exemplo, é muito significativo, principalmente para as iniciativas, como a {reprograma}, que formam pessoas qualificadas para a carreira na área de T.I”, comenta Reyes.
Educação como ponto de partida, em meio a pandemia
Em 2021, foi lançado o programa Todas em Tech, que tem como objetivo impactar 2.400 mulheres em situação de vulnerabilidade até dezembro de 2022. Dentro desse número de participantes, 400 mulheres serão formadas como desenvolvedoras front-end e back-end.
Com o aporte de R$4 milhões, o projeto foi desenvolvido pela {reprograma}, startup social paulistana, em parceria com o BID Lab, Laboratório de Inovação do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Para as mulheres que querem usar a tecnologia para mudar vidas e criar um impacto positivo no mundo, esse é o projeto certo. O objetivo do Todas em Tech é ensinar programação e dar a oportunidade de um futuro melhor, por meio da tecnologia, para mulheres em situação de vulnerabilidade social, econômica e de gênero, priorizando a seleção de mulheres negras e/ou trans. O projeto também conta com o apoio das empresas: Accenture, Creditas, Easynvest, Facebook, iFood e Nubank.
Reyes explica que durante o processo educativo, as empresas parceiras oferecem mentorias para o desenvolvimento profissional das alunas. “Durante o projeto, além de ensinar sobre programação, trabalhamos o aprimoramento das competências comportamentais das mulheres, os soft skills, de modo a conectá-las ao mercado de trabalho”, finaliza a economista.
Diversidade de gênero pode impulsionar grandes empresas
Toda empresa possui seus desafios próprios em diferentes fases de existência e inúmeros problemas para focar em soluções. Para se manter competitiva no mercado é necessário que ela seja criativa, ofereça produtos que sejam diferentes, que respondam às necessidades da sociedade, e se há apenas um grupo representado criando essas soluções, com certeza não teremos uma solução que sirva para todos.
“A sociedade em que vivemos é diversa, então faz total sentido que os times que trabalham nas empresas sejam diversos. Desta forma, as empresas e seus times podem desenvolver produtos e serviços que realmente atendam à necessidade da sociedade como um todo”, explica a economista peruana.
O tema sobre a diversidade também se estende para grandes empresas, assim como a Accenture, Creditas, Facebook, BID Lab, iFood e Nubank - que são parceiras do programa Todas em Tech.
A identificação com o propósito de diversidade de gênero na área de T.I é fundamental para aumentar a empregabilidade na área, a Accenture empresa multinacional de consultoria de gestão e tecnologia da informação, por exemplo, tem 45% da equipe composta por mulheres, com a meta de atingir os 50% até 2025.
"Para oferecer inovação, trazemos perspectivas e habilidades únicas aos negócios enquanto promovemos uma cultura de igualdade. Juntos, nossa diversidade e cultura nos ajudam a atender melhor nossos clientes e comunidades. Nesse sentido, a capacitação para mulheres em transição de carreira ajuda a melhorar a maneira como o mundo funciona e vive nos dias atuais, coloca os negócios num nível mais plural e nos permite conversar com todos os tipos de clientes, em todos os setores da economia", diz Matthew Govier, líder de Cidadania Corporativa para América Latina da Accenture.
Os benefícios de se ter uma força de trabalho diversa deveriam ser óbvios para toda a sociedade, de acordo com a Gerente do Programa de Diversidade para a América Latina do Facebook, Luíza Nunes da Fonseca Silva. “Contratar e desenvolver pessoas com diferentes origens e experiências não é apenas a coisa certa a se fazer, mas também é a chave para construir produtos melhores, para tomar decisões melhores e servir melhor às nossas comunidades”, finaliza.
Outro ponto importante para beneficiar a diversidade de gênero dentro das empresas é criar um ambiente inclusivo e com equidade de oportunidades. A Creditas, startup brasileira do segmento de serviços financeiros, acredita que o mercado de tecnologia pede o aumento da diversidade, principalmente pela alta demanda nas área de desenvolvimento front e back-end.
“Temos o comprometimento em apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade social a se desenvolverem. Acredito em um ambiente que represente a população do nosso país, que traga diversidade de opiniões e experiências, onde todas as pessoas se sintam acolhidas e performem no seu melhor”, comenta Ann Williams, COO da Creditas. Com posições femininas na startup, a Creditas lidera o mercado em termos de benchmarks.
Para Elena Heredero Rodrigues, Especialista Líder do BID Lab, além de fazer bem para as empresas, investir na diversidade é algo bom para a sociedade como um todo. “A América Latina é uma das regiões mais desiguais do mundo, há muitos grupos vulneráveis, como mulheres, LGBTQ+, indígenas, afrodescendentes e pessoas com deficiência, que não têm as mesmas oportunidades que os brancos, os urbanos e as pessoas de alta renda”, explica Elena.
Estudos confirmam que as empresas com equipes menos diversificadas em termos de gênero e cultura têm resultados de lucratividade 33% piores do que empresas com maior diversidade. Além disso, as empresas com mais mulheres em cargos de gestão têm 28% de maior valor econômico e 47% de maior retorno sobre o patrimônio líquido do que aquelas sem mulheres nesses cargos.
“No setor da tecnologia e desenvolvimento de softwares, equipes de produtos que são diversas têm maior alcance no público feminino, minorias étnicas e comunidades LGBTQ+”, completa Elena.
A importância de iniciativas sociais
Até o término do Todas em Tech, a expectativa da {reprograma} em relação à empregabilidade é de superar os 75% de taxa de contratação em até seis meses após formadas em todas as turmas que irão lançar até dezembro de 2022.
Gustavo Vitti, vice-presidente de Pessoas, Diversidade e Soluções Sustentáveis, explica que com a co-construção do projeto com todos os parceiros vai potencializar ainda mais a formação das 400 mulheres participantes, garantindo que elas tenham o conhecimento necessário para ingressarem e contribuírem ainda mais com o mercado de trabalho na área de T.I.
“Esse projeto social também tem por objetivo incentivar outras companhias a fazerem o mesmo, abrindo portas na carreira e possibilidades para mulheres em situação de vulnerabilidade, criando uma corrente do bem e um mundo mais inclusivo”, completa Vitti.
Para as mulheres interessadas, as inscrições para a segunda turma do Todas em Tech estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de junho. Saiba mais no https://reprograma.com.br/
Sobre a {reprograma}
Fundada em 2016, pela peruana Mariel Reyes Milk e suas sócias Carla de Bona e Fernanda Faria, a startup social paulistana que ensina programação para mulheres, priorizando as negras e/ou trans, por meio da educação, tem o objetivo diminuir a lacuna de gêneros na área de T.I. A {reprograma} possui grandes empresas parceiras como Accenture, Creditas, Facebook iFood, entre outras.
Mais informações no www.reprograma.com.br
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