Polícia Ambiental prende homem por tráfico de papagaios em Taboão da Serra

Suspeito transportava dois filhotes em caixa de papelão e venderia cada um por R$ 750

A Polícia Militar Ambiental flagrou, na manhã de quinta-feira (2), um caso de tráfico de animais silvestres em Taboão da Serra/SP.

A prisão em flagrante aconteceu por volta das 11h45, durante patrulhamento na Avenida Balbina Rodrigues de Borba, quando os policiais abordaram um indivíduo em atitude suspeita em um Renault Kwid prata.

Na vistoria, os policiais localizaram dois filhotes de papagaio dentro de uma caixa de papelão. O motorista, morador de Poá/SP, confessou que realizava a venda clandestina dos animais, que seriam entregues a um comprador em Taboão da Serra por R$ 750,00 cada.

O infrator recebeu voz de prisão em flagrante e foi conduzido, junto com os animais apreendidos, à Delegacia do Meio Ambiente de Embu das Artes/SP, onde o caso foi registrado e seguirá para investigação.

O Comandante da Polícia Ambiental na região, Ten Gollis, falou sobre o caso à reportagem do Portal Viva: "O crime de tráfico de animais silvestres é considerado a terceira maior atividade de contrabando do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas", destacou. "Essas ações combatem o crime organizado".

Segundo ele, na casa do indivíduo, em Poá, uma outra equipe localizou um jabuti, que provavelmente também seria comercializado.

Diante do flagrante, foram lavrados dois Autos de Infração Ambiental – um por maus-tratos e outro por transportar espécimes da fauna silvestre sem licença ou autorização, totalizando R$ 7.000,00 em multas. Além dos animais, o veículo utilizado no delito também foi apreendido.

Os papagaios foram destinados ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (CETRAS), onde constatou-se que estavam em hipotermia e com conteúdo compactado no papo, evidenciando alimentação inadequada e reforçando a condição crítica de saúde a que foram submetidos.

A espécie apreendida é o psitacídeo mais traficado no Brasil. Estudos apontam que, nos últimos 45 anos (três gerações), houve perda de 22% da área de vegetação nativa onde a espécie ocorre. Além disso, estima-se que 2,29% da população seja retirada da natureza anualmente, principalmente por captura de filhotes nos ninhos para abastecimento do tráfico. Esse quadro, somado à perda de habitat, coloca a espécie próxima ao limiar da categoria “Vulnerável”, segundo critérios de conservação internacional.

Atenderam a ocorrência as viaturas A-01204, 1° Ten PM Gollis e Sd PM Ribeiro e A-01206, Cb PM Moraes e Cb PM Lisboa.