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Prefeito de Cotia fala sobre as obras na Rodovia Raposo Tavares


Em coletiva de imprensa, Rogério Franco também falou de temas polêmicos como verticalização e desmatamento.

 

Por Fau Barbosa

Na manhã desta segunda-feira, 30, o prefeito de Cotia, Rogério Franco, realizou uma coletiva de imprensa para falar das obras anunciadas na última sexta-feira,27 pelo Governador João Dória. Durante duas horas, o prefeito respondeu aos questionamentos dos jornalistas. Também fizeram parte da mesa a vice-prefeita Angela Maluf e o presidente da Câmara, vereador Celso Itiki.

Início das obras

Sobre o início das obras da Rodovia Raposo Tavares, o prefeito destacou o prazo e a maneira que deverão ser realizadas:

"Será feita a licitação da obra, cujo processo deve demorar em torno de, vamos dizer aí, de 45 dias. Após o término da licitação, o Governo deve dar a ordem de serviço. Eu pedi ao governador que já colocasse no processo licitatório que que 90% das obras sejam feitas no horário noturno, para que a gente não tenha esse transtorno, já que em horário de pico já é difícil, e com transtorno de obra, vocês imaginam", disse.


Cronograma

A reportagem do Portal Viva questionou o cronograma divulgado pela Prefeitura, onde a obra será entregue em três fases, sendo que a terceira fase é que contemplará as obras do retorno do viaduto do km 22,8. Segundo a jornalista, é nesse local que se concentra o gargalo do trânsito dos dois lados da rodovia, todos os dias e em todos os horários, e dessa forma suas obras deveriam ocorrer na primeira fase e não na terceira.


Rogério informou que o planejamento foi feito pelo DER, mas concordou com a colocação e prometeu levar o assunto ao Governo do estado. "Faz sentido a sua colocação, apesar de que o prazo das obras é de um ano e meio para ser finalizada. Por mais que elas se iniciem num trecho e termine em outro, eles tem que ir trabalhando já em conjunto", explicou. O prefito destacou que o projeto executivo contempla todos os trechos, independente de onde vai iniciar. "Hoje as obras são muito rápidas, são obras pré-moldadas, principalmente esses viadutos, eu acredito que não seja uma diferença muito extensa de prazo entre uma obra e outra, até por conta do cenário desse problema do trânsito, que é o objetivo dessa obra. Faz sentido, eu vou levar essa demanda para eles no DER, para que se inicie pelo viaduto do km 22, que é a entrada da Granja Viana", ressaltou.


Segundo Rogério, esse é um sonho de consumo de toda a população, "porque não é só o problema ali da Granja, mas de todos os outros que acabam se criando ao longo da rodovia, para trás", disse.

Ciclovia e Transporte de massa

O Portal Viva também perguntou se ao longo da rodovia seria possível implantar uma Ciclovia. O prefeito informou que não há previsão.

"Na Raposo, não, até porque acaba sendo uma via de três faixas, e o volume de carros na rodovia é muito grande. Se fosse pra criar uma ciclovia, teríamos que eliminar uma faixa de rolagem de veículos, então não tem previsão de ter essa ciclovia", disse, adiantando que "existe um projeto de ciclovia ligando o Parque Cemucam ao Parque Teresa Maia, na Granja Viana, que deve iniciar nos próximos dias, e é uma obra municipal que vem de encontro com a demanda de quem pedala".


Ele também foi questionado pela mídia, sobre a necessidade de pensar na questão do pedestre e das pessoas que não utilizam carros, investindo na questão do transporte de massa, o que melhoraria uma boa parte da questão do trânsito na rodovia.

O prefeito respondeu que sobre a questão do transporte. "Alguns assuntos eram apenas especulativos", disse, se referindo ao fato de que existia a ideia que a maioria dos veículos na rodovia eram locais. "Nós descobrimos com o estudo de tráfego, que a maioria dos carros que utilizam a Raposo, são carros de outros municípios, o estudo apontou isso. É claro que o nosso fluxo interno é bastante considerável, não tenho dúvida que algumas intervenções nós temos que fazer, mas nós vamos por partes. Primeiro vamos fazer esse investimento em parceria com o Governo do estado na rodovia, que é o principal problema, e aí ao longo do tempo, conforme nós vamos conseguindo verba para infraestrutura, nós já temos o projeto de mobilidade dos bairros, que contempla, dentro do projeto total, em alguns bairros da cidade, em que a gente pode criar essa mobilidade interna sem que as pessoas precisem utilizar a rodovia, passando de um bairro para o outro em alguns determinados pontos. Isso também é importante, mas depende de ter verba pra fazer.


Franco informou ainda que solicitou ao DER que faça um teste por alguns dias, colocando cones em uma das faixas, simulando um corredor de ônibus. Ele disse que a questão será estudada pelo órgão.

Mão Inglesa

Sobre a real necessidade de desativar a mão inglesa do km 22, que contribui para o trânsito no viaduto, e cuja extinção e retorno feito pelo km 19 ajudaria inclusive o comércio novo que se instalou a partir do km 21, Rogério ressaltou: "É isso mesmo, a mão inglesa não dá mais. Mas era o que tinha naquele momento, e fizeram, enfim. O que acontece é que nesse projeto, aquele viaduto existente, ele vai virar só saída da Granja Viana, ele não vai ter mais entrada, vai fechar aquela entrada ali. Aquela marginal do shopping, pelo projeto, ela vai ligar direto, vai passar na lateral da rodovia e vai ligar em um viaduto, ao invés de ser no km 19, no km 21, onde é o Atacadão hoje. Então vai ser um novo viaduto ali onde as pessoas vão retornar, vão ter que pegar aquela paralela do shopping, pra quem for para a Granja, não utilizam mais as três faixas da Raposo, vai liberar direto para quem vai pra São Paulo. Vai se criar uma faixa que vai passar no viaduto existente hoje e vai num outro viaduto na frente que vai retornar para quem vai pra Granja, então vai fluir. Aquela mão inglesa não vai ter motivo pra existir. Então vai resolver de uma vez e faz sentido a demanda de ser a primeira intervenção do projeto da rodovia e vou levar essa demanda pro DER".


Segundo mostra o Projeto de Mobilidade urbana, a Granja terá duas entradas: uma pela Estrada Basiléia/Rua Zurique, no km 22, chegando na rotatória do Recanto São Camilo, e outra pela Rua José Félix de Oliveira, ambas mão únicas. A São Camilo será via de saída da Granja, também com mão única em direção ao viaduto.

O km 26,5 também receberá a sonhada alça de acesso de saída da Rua José Giorgi (SPII).

As imagens acima fazem parte do Projeto de Mobilidade Urbana da Rodovia Raposo Tavares, cuja íntegra pode ser vista AQUI.


Verticalização

Questionado sobre o polêmico tema "Verticalização", o prefeito citou o histórico de movimentos na Granja e em outros locais, contra a verticalização. Disse que nunca se manifestou, mas que em 2016, na pré-campanha, disse que era a favor, mas que "dependia de passar por uma discussão com a população e ser uma verticalização ordenada". "Porque nenhum município vai crescer sem verticalizar! A conta dá errada. As pessoas estão pensando como 30 anos para trás e a gente precisa pensar 30 anos prá frente. Não tenha dúvida, que quanto mais a gente crescer, menos espaço vai ser utilizado e as pessoas estão falando não, não vamos verticalizar, vamos deixar só condomínio horizontal. Vai ocupar mais espaço. Num condomínio que você constrói 400 casas, num espaço de 400 casas, prá construir 400 apartamentos vai usar muito menos solo. A gente precisa sim. Se Cotia não tem hoje um hospital particular é por conta da verticalização".

Rogério disse que dias atrás recebeu o diretor da Rede D´Or dizendo que tem interesse em vir pra Cotia, que tem estudo, que tem uma demanda, mas que com um gabarito de quatro andares, não vai fechar a conta. Também citou o caso da hotelaria, onde executivos vem pra cidade pra fazer qualquer tipo de reunião, e precisam ficar em hotel em São Paulo ou em Alphaville. "Mas porque não tem hotel, se tem demanda? Com um gabarito de quatro andares, eles não vão vir aqui construir um hotel porque não fecha a conta. Mas prefeito você é a favor de todos os lugares? Claro que não, temos que definir os corredores. Também não dá pra verticalizar e acabar com a cidade", ressaltou.


Desmatamentos

Perguntando sobre os constantes desmatamentos na região, o prefeito respondeu: "É um transtorno que estamos tendo. Já saiu uma ação em uma área na Av. João Paulo Ablas, que faz divisa com o Rodoanel, reintegração de posse, nós vamos ter que fazer. Nós estamos fazendo uma ação junto com o Ministério Público, junto com a Secretaria de Meio Ambiente. Eles conseguem vir de uma forma, que a gente não tem monitoramento real, 24 horas. Eles invadem uma área em uma noite, eles destroem, como aconteceu em um caso que deu uma grande mídia, nós não tivemos nem acesso, quando fomos lá ver as árvores estavam tudo... Aí procura quem é o dono da área, a área não tem dono. O dono fingiu que não é dono e liberou a área pra alguém fazer o que tá fazendo", ressaltou.


Segundo o prefeito, ele se comprometeu com o novo Plano Diretor. "Não dá pra antecipar ainda, mas vai acabar em Cotia esse negócio de lotes de 125 metros. Eu não contra, eu acho que as pessoas precisam, mas já tem muita demanda. Nós precisamos melhorar um pouco o tamanho dos espaços", disse, citando lotes de 250 metros. "Não dá mais pra Cotia crescer desordenadamente."


Rogério Franco encerrou a coletiva dizendo: "Nós temos que avançar e Cotia tem que ser do tamanho que ela é: uma cidade grande".


Fotos: Fau Barbosa/ Léo Diniz



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