O menor, de 13 anos, foi apreendido.
Fau Barbosa
Na manhã desta segunda-feira, 27, um ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia tirou a vida de uma professora de 71 anos. Ela chegou a ser socorrida em estado grave ao Hospital Universitário da USP, mas não resistiu aos ferimentos.
Outras quatro vítimas foram encaminhados aos Hospitais das Clínicas, Bandeirantes, Universitário e São Luís, onde receberam atendimento e estão estáveis. Um aluno que ficou em estado de choque também recebeu atendimento e está sendo acompanhado.
O agressor é um estudante do 8º ano, de 13 anos. Ele foi apreendido pela Polícia Militar nas dependências da escola. Com ele, os policiais apreenderam uma faca, uma tesoura e um celular.
Mensagem
O menor havia deixado duas mensagens nas redes sociais, antes de cometer o ataque. “Irá acontecer hoje. Esperei por esse momento minha vida inteira. Tomara que consigo alguma kill pelo menos, minha ansiedade começa a atacar por causa disso. Enfim… me desejem boa sorte”, escreveu. Um dia antes ele questiona: "Vocês acham que faço amanhã e vê o que vai acontecer sem um armamento decente ou não?"
Em fotos nas redes sociais, o menor aparece usando uma máscara de caveira semelhante à utilizada no ataque em uma escola, em 2019, conhecido como Massacre de Suzano. O ataque, que completou quatro anos em 13/3, deixou oito mortos.
O crime
Imagens das câmeras de segurança mostram o menor chegando na sala de aula e desferindo vários golpes contra a professora. Os alunos tentam fugir, mas dois acabam sendo atacados.
Um segundo vídeo mostra o autor esfaqueando uma das professoras, momento em que outra docente chega à sala de aula e o imobiliza. Uma segunda professora tira sua arma e sua balaclava.
Em nota, o Governo do Estado de São Paulo informou que os secretários de Estado da Educação, Renato Feder, e da Segurança, Guilherme Derrite, estão na escola para tomar as primeiras medidas e prestar apoio a professores, familiares e alunos.
O secretário de segurança, Guilherme Derrite chamou de “heroica” a atitude da professora que imobilizou o menor. “Nosso foco agora é dar total atendimento às vítimas, às professoras, às vítimas que passaram por isso. A partir daqui uma linha de investigação vai ser realizada pela Polícia Civil para entender quais motivos do garoto para cometer o atentado”, disse o secretário.
“É difícil saber as motivações nesse momento. Essa escola vinha sendo atendida pela Ronda Escolar, que foi acionada e chegou em três minutos. Logo após a professora imobilizar o aluno, os policiais chegaram e já fizeram a apreensão. É muito difícil”, pontuou o secretário de educação, Renato Feder.
O secretário informou que o aluno estava na unidade de ensino desde o dia 15 de março e que, nesse período, a diretora não viu nada que chamasse atenção, fazendo com que a escola fosse pega de surpresa. “Ele voltou para a escola no dia 15 de março. Ele estava transferido aqui e, durante o período de permanência, a diretora não tinha nenhum aviso. Não tinha ciência de nada que chamasse a atenção. A escola foi pega desprevenida”, continuou o secretário.
O governador Tarcísio de Freitas também se manifestou sobre o caso: "Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. O adolescente de 13 anos já foi apreendido e nossos esforços estão concentrados em socorrer os feridos e acolher os familiares", escreveu no twitter.
Fotos: Reprodução / Redes Sociais
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