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SP transforma Reserva Florestal em Parque Estadual do Morro Grande

SP transforma Reserva Florestal em Parque Estadual do Morro Grande

Nova unidade de conservação de 10.870 hectares protege nascentes do rio Cotia e reforça a segurança hídrica para 400 mil pessoas na Região Metropolitana


O Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, oficializou, nesta terça-feira (4), a transformação da Reserva Florestal do Morro Grande em Parque Estadual do Morro Grande, ampliando a proteção ambiental de uma das áreas mais importantes de mata atlântica remanescente da Região Metropolitana. A iniciativa foi anunciada durante a abertura do Summit Agenda SP+Verde, no Parque Villa Lobos. O evento contou com a presença do prefeito de Cotia, Welington Formiga.


SP transforma Reserva Florestal em Parque Estadual do Morro Grande
Prefeito Welington Formiga ao lado do governador de SP Tarcísio de Freitas

“Estamos aqui hoje para esse grande evento pré-COP 30, uma oportunidade para rememorar o que tem sido feito e falar de expectativas e do entusiasmo da Agenda Verde do Estado de São Paulo. Hoje nós temos instrumentos de planejamento que permitem uma visão de futuro. Nosso plano de ação climática conversa com nossos planos estaduais de energia, resiliência e logística e investimentos”, afirmou Tarcísio.

SP transforma Reserva Florestal em Parque Estadual do Morro Grande

Com 10.870 hectares de extensão — o equivalente a 10 mil campos de futebol ou cerca de um terço do território de Cotia —, o novo parque, entre Cotia e Ibiúna, será aberto ao público no primeiro semestre de 2026, segundo previsão do governo estadual.


A administração da unidade, que passa a ser responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da Fundação Florestal, soma 10.870 hectares — cerca de 3 mil a mais que o Parque Estadual da Cantareira. Com a nova classificação, o Morro Grande torna-se uma unidade de conservação de proteção integral, o que significa que seus recursos naturais só poderão ser utilizados para pesquisas científicas, educação ambiental e visitação ecológica controlada.


“Atuamos de forma planejada e estratégica, aliando a preservação de nossa biodiversidade com o reforço da segurança hídrica do estado de São Paulo. Com a transformação do Morro Grande em Parque Estadual, conseguiremos reforçar a gestão integrada do território, ampliando a proteção integral da biodiversidade e conciliando com o uso público sustentável, a educação ambiental e a pesquisa científica”, explica a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.


O novo Parque

Esse é o 37० parque estadual de São Paulo. Atualmente, as unidades de conservação administradas pela Fundação representam cerca de 20% do território paulista, reforçando o papel estratégico do Estado na preservação dos recursos naturais e na proteção dos mananciais.


O Morro Grande é uma das florestas mais estudadas do estado e é referência no Programa BIOTA/FAPESP. A região é referência científica e abriga 260 espécies arbóreas, 198 espécies de aves — 13 ameaçadas —, dezenas de mamíferos e uma das maiores diversidades de aranhas orbitelas da Mata Atlântica.


O novo parque protege as nascentes e cabeceiras do rio Cotia, além de outros riachos que alimentam os reservatórios Pedro Beicht e Cachoeira da Graça, integrantes do Sistema Produtor Cotia. Esse sistema fornece água potável de alta qualidade para cerca de 400 mil pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, reforçando a segurança hídrica em uma das áreas mais populosas do país.



Anos de Mobilização

A área também tem relevância histórica: nos anos 1970, a sociedade civil se mobilizou para impedir a instalação de um aeroporto metropolitano em Caucaia do Alto, salvando a floresta da destruição.


Em 2012, uma organização civil em parceria com a Prefeitura de Cotia iniciou a discussão para a Criação do Pólo de Ecoturismo que, entre outras ações, previa a criação de um campo de golfe e atividades aquáticas na Represa. O projeto chegou a ser apresentado para a Sabesp, que é a mantenedora do espaço, mas nunca foi adiante.


Um grupo de moradores do entorno da Reserva Florestal do Morro Grande, pesquisadores, cientistas, jornalistas e ambientalistas já vinha atuando há alguns anos para o reconhecimento do Parque Estadual do Morro Grande. O grupo se reuniu em 2022 para debater a possibilidade de se manter a destinação específica que criou a Reserva Florestal, compatibilizando usos turísticos com sua função de manancial de abastecimento público e adequando a legislação de criação das unidades de Conservação. A reunião aconteceu em função do avanço dos empreendimentos imobiliários e ocupações irregulares no entorno da Reserva, o que vem ameaçando a sua preservação. A reunião foi convocada pelo Coletivo PanVerde e Movimento Transition Towns Granja Viana.

 

Abaixo-Assinado

Em maio de 2023, um abaixo-assinado pedindo a criação do Parque Estadual do Morro Grande foi divulgado nas redes sociais. A petição foi enviada ao Ministério Público do Estado de São Paulo visando garantir a sua proteção.


A Reserva Florestal do Morro Grande

A Reserva Florestal do Morro Grande, instituída pela Lei 1949, de 4 de abril de 1979, compreendendo as matas ciliares, para destinação de preservação de fauna e flora e proteção aos mananciais. Ela inclui as represas de Cachoeira das Graças e Pedro Beicht, situadas nas bacias inferior e superior do Rio Cotia. 


Uma das ameaças, além de caça esportiva comprovada pela existência de inúmeros jiraus pelas diversas trilhas, é a extração ilegal de palmito e Xaxim, fazendo com que a avifauna como, araçaripoca, sabiá -pimenta, pavó e jacutinga, estejam praticamente extintos do local, que tem sua grandeza justificada pelo fato de ser uma das últimas matas originais do Planalto paulista, além de preservar as águas do Alto Cotia.


A Reserva possui 10.000 hectares de floresta ombrófila densa Montana, com a araucária como sua mais alta árvore. Em 1981, ela foi tombada pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de SP). Desde 2017, a Reserva também faz parte da Área de Proteção e Recuperação de Mananciais do Alto Cotia.


A criação do Parque Estadual do Morro Grande reforça o compromisso com a preservação da Mata Atlântica, o equilíbrio climático e o turismo sustentável, ampliando as áreas verdes protegidas na região metropolitana.


Fotos: Pablo Jacob /Governo do Estado de SP

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