Nutrição em foco | "Estresse e digestão: qual a relação e como a alimentação pode ajudar?"
- Juliana Camargo

- 30 de jul.
- 2 min de leitura

Sabe aquele dia em que o estômago embrulha só de nervoso? Ou aquela fase estressante em que a fome desaparece ou, ao contrário, você quer comer o tempo todo? Isso não é frescura. É o seu corpo reagindo ao estresse.
Hoje, a ciência já reconhece a conexão direta entre o cérebro e o intestino. Tanto que esse elo tem nome: eixo intestino-cérebro, uma via de comunicação poderosa entre o sistema nervoso e o sistema digestivo, influenciada por emoções, alimentação e até pela saúde da microbiota intestinal.
Intestino: o “segundo cérebro”
Nosso intestino possui um sistema nervoso próprio, chamado de sistema nervoso entérico, com milhões de neurônios. Ele se comunica constantemente com o cérebro por meio do nervo vago e de substâncias como serotonina, o famoso “hormônio do bem-estar”, que é produzido em grande parte no intestino.
Quando estamos sob estresse, ansiedade ou tensão prolongada, esse eixo sofre alterações, gerando sintomas como:
● Estufamento
● Constipação ou diarreia
● Azia, refluxo
● Gases e desconforto abdominal
● Mudança no apetite (para mais ou para menos)
O papel da microbiota
A microbiota é o conjunto de microorganismos que vivem no nosso intestino e ela não está ali por acaso. Esses “bichinhos do bem” ajudam na digestão, fortalecem o sistema imunológico e até participam da produção de neurotransmissores.
Mas o estresse crônico pode desequilibrar essa flora, reduzindo a diversidade de bactérias boas e abrindo espaço para inflamações e piora do estado emocional. É como um ciclo: o estresse afeta o intestino, e o intestino desequilibrado piora o estresse.
O que a nutrição propõe
A nutrição entende o ser humano como um todo: corpo, mente e hábitos. Por isso, trata a saúde intestinal como peça-chave para o equilíbrio emocional e vice-versa.
Algumas estratégias que ajudam a regular o eixo intestino-cérebro:
● Alimentos ricos em fibras prebióticas, como aveia, banana verde, alho e cebola
● Probióticos naturais, como iogurte, kefir, chucrute e kombucha (se tolerados)
● Comer com atenção plena, mastigando bem e sem distrações
● Evitar refeições em momentos de ansiedade intensa
● Reduzir ultraprocessados, que inflamam o intestino e aumentam o desconforto
● Incluir alimentos ricos em triptofano, como banana, aveia, cacau e ovos — que ajudam na produção de serotonina
Mais do que o que você come, é como você vive
Não adianta focar apenas no que está no prato se o ritmo da vida está sempre em modo “piloto automático”. O intestino sente suas emoções. E muitas vezes, o primeiro passo para uma digestão saudável começa com respiração, autocuidado e respeito ao próprio tempo.
Você cuida da sua saúde intestinal... ou só lembra dele quando o desconforto aparece?
Beijos da nutri,

Por Juliana Camargo, Nutricionista Clínica – CRN-3 69408



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