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São Paulo: Conheça os desafios do GATE em ocorrências com suspeita de explosivos

São Paulo: Conheça os desafios do GATE em ocorrências com suspeita de explosivos

Especialistas do Grupo de Ações Táticas Especiais levam até dois anos de treinamento para atuar com segurança em situações que envolvem bombas e ameaças explosivas


“Risco zero de explosão.” Essa é a mentalidade de quem trabalha no esquadrão de bombas do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), da Polícia Militar de São Paulo. A equipe, composta por mais de 30 policiais altamente treinados, é responsável por atender ocorrências com artefatos explosivos e ameaças de bomba em todo o estado — um trabalho que exige precisão, sangue-frio e muita técnica.


Formação e preparo dos explosivistas

De acordo com o coronel Valmor Racorti, do Comando de Policiamento de Choque, o processo de formação dos policiais do GATE varia conforme a função desempenhada. O explosivista, profissional que se aproxima do artefato para desarmá-lo, leva cerca de dois anos para estar plenamente capacitado.

“A principal dificuldade na abordagem a uma vítima com um artefato explosivo é justamente manter a pessoa tranquila, para que o policial possa identificar o problema. Muitas vezes, esse contato é feito à distância, e o agente orienta a própria vítima sobre os procedimentos que devem seguir”, explica o coronel Racorti.


Além do preparo técnico, o GATE conta com apoio psicológico e planejamento minucioso em todas as operações, garantindo a segurança das equipes e das vítimas.


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Equipe do esquadrão de bombas do Gate

Corrida contra o tempo: o trabalho do esquadrão de bombas do GATE

Criado em 1989, um ano após a fundação do grupo, o esquadrão de bombas nasceu após uma ocorrência que alertou a corporação: a descoberta de uma bomba dentro de um colégio na zona sul de São Paulo. Desde então, o núcleo se especializou dentro da PM e tornou-se referência em operações de varredura e desarme de artefatos explosivos.


Em 2024, o GATE atendeu 267 ocorrências, sendo 203 varreduras preventivas, 56 suspeitas de bombas e 8 apoios a outros órgãos. Isso equivale a uma média de 22 chamadas por mês em todo o estado. Até fevereiro deste ano, o grupo já havia sido acionado 28 vezes.


Segundo o tenente Vitor Haddad, comandante do esquadrão de bombas, as chamadas vêm de diferentes regiões e contextos.

“Atendemos ocorrências em todos os ambientes. Uma situação comum é o acionamento por parte de famílias que encontram granadas antigas em imóveis de colecionadores”, conta Haddad.

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Varreduras e detecção de ameaças

O esquadrão também realiza varreduras preventivas em locais de grande circulação, eventos públicos e recepções de autoridades. Com o auxílio de cães farejadores e equipamentos de detecção, os policiais verificam a presença de possíveis substâncias explosivas e isolam o perímetro de segurança.


Entre os materiais mais comuns encontrados estão pólvoras, TNT (trinitrotolueno), nitropenta e cartuchos de emulsão — popularmente conhecidos como bananas de dinamite.

“O tipo de artefato que mais somos acionados para desarmar são as granadas industrializadas, mas também lidamos com explosivos improvisados. Nunca uma ocorrência é igual à outra”, explica o tenente Haddad.


Tecnologia e equipamentos de alta precisão

A tecnologia é aliada essencial nas operações do GATE. Um dos recursos mais utilizados é o raio-x portátil, que permite identificar se o artefato é realmente uma bomba e qual sua estrutura interna.

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Raio-X portátil

Outro equipamento indispensável é o robô antibombas, que transporta ferramentas e dispositivos até o artefato sem expor os policiais ao risco direto. Em algumas situações, o robô leva alicates ou chaves para que a própria vítima, sob orientação à distância, consiga remover o dispositivo de seu corpo com segurança.


Ocorrência no Rodoanel

Em uma ocorrência atendida nesta quarta-feira (12), não foi necessária uma intervenção direta: os policiais constataram que a vítima não estava conectada a nenhum explosivo real. O coronel reforça, no entanto, que cada caso é único e requer adaptação conforme o cenário encontrado.

“Embora existam técnicas e táticas específicas, cada situação possui suas particularidades. Os protocolos formais se aplicam principalmente ao acionamento e apoio entre unidades. Já a intervenção direta na bomba é mais flexível e ajustada conforme as circunstâncias”, ressalta Racorti.



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Além da ação humana, a tecnologia é fundamental para o sucesso na missão

Como ocorre a desativação das bombas

Após a confirmação da ameaça, entra em ação o explosivista policial — o profissional mais técnico e especializado do grupo. Vestido com um traje antibombas, ele segue protocolos rigorosos para se aproximar do artefato e neutralizá-lo.

“É um profissional extremamente técnico e pessimista, porque sempre parte do princípio de que a bomba pode ser um chamariz para outro ataque”, explica Haddad.


A desativação pode ocorrer de diferentes formas:

  • Remoção: o artefato é levado a um local seguro para neutralização;

  • Desmontagem: separação manual dos componentes;

  • Neutralização: destruição parcial sem atingir a carga explosiva;

  • Detonação controlada: explosão segura no local, com carga de contenção colocada pelo próprio explosivista.


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Técnica, sangue-frio e humanidade

Mais do que técnica e coragem, o trabalho do GATE exige equilíbrio emocional e planejamento estratégico.

“Antes de qualquer ação, são avaliados pontos críticos, como o contexto da ocorrência, o ambiente, o tempo de resposta e as condições de abordagem. Mesmo diante da urgência, a segurança jamais pode ser comprometida”, conclui o coronel.


Antes de qualquer ação, a equipe avalia o contexto da ocorrência, as condições do ambiente e o tempo de resposta. O lema é simples e vital: “nenhum risco é aceitável”.


Com disciplina, preparo e tecnologia, o esquadrão de bombas do GATE mantém viva a missão de proteger vidas — mesmo nas situações mais extremas.


Com informações e imagens da SSP/SP



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